COMBATE AO CRACK

Presidenta Dilma Rousseff assinou um convênio com 46 instituições de ensino para formar especialistas e combater os índices de consumo da droga

UnB Agência
18/02/2011
COMBATE AO CRACK

A Universidade de Brasília vai auxiliar o governo federal no combate ao crack. A presidenta Dilma Rousseff assinou convênio com 46 instituições de ensino superior para implementação de centros regionais de referência, que vão formar profissionais para atuarem nas redes de saúde e de assistência social.


O objetivo é formar 14 mil profissionais em todo o país, que farão o atendimento e o acompanhamento de usuários de drogas em 884 municípios. “Esse é um quadro que nenhum de nós do governo pode formar. Temos um acervo de conhecimento nas universidades. Isso faz com que os centros sejam pioneiros”, afirmou Dilma. “O eixo será a prevenção, o apoio e o carinho. Esse será um combate sem quartel”. Participaram da cerimônia os ministros da Saúde, Alexandre Padilha, da Justiça, José Eduardo Cardozo, da Educação, Fernando Haddad, e o reitor da UnB em exercício João Batista de Sousa.

Crack: "um combate sem quartel"

Cada uma das universidades selecionadas receberá R$ 300 mil para formar 300 profissionais em um ano. Médicos, enfermeiros, agentes comunitários, psicólogos serão atendidos por nós”, explica Ileno Izídio, professor do Departamento de Psicologia Clínica e coordenador do projeto na UnB. Haverá cursos de 60h a 120h.

Atualmente, a Universidade de Brasília já trabalha com a capacitação de profissionais para o combate ao uso de drogas. O Programa de Estudos e Atenção às Dependências Químicas, coordenado pela professora do Departamento de Psicologia Clínica, Maria Fátima Sudbrack, atende docentes de todo país. “Os cursos são a distância. Mais de 25 mil professores já foram atendidos. Agora é a vez de concentrarmos nossos esforços em Brasília e no Entorno”, disse Ileno.

RECONHECIMENTO – João Batista de Sousa, reitor em exercício da Universidade de Brasília, acredita que o combate ao crack deve ser um dos maiores desafios do Brasil nas próximas décadas. “Até 2030 enfrentaremos problemas relacionados a essa droga”, afirma. Para ele, que trabalha há mais de 40 anos na área da saúde, a participação da UnB no Plano Integrado de Enfrentamento ao Crack e Outras Drogas, lançado em 2010, mostra como a produção de conhecimento deve servir. “A UnB vive um momento em que questiona o seu papel social. Hoje, ela apresenta-se como uma instituição que serve a toda a sociedade”.

Edward Madureira, presidente da Associação Nacional dos Dirigentes de Instituições de Ensino Superior (Andifes), disse que a decisão de construir os centros é um importante reconhecimento para as universidades federais. "É dever de cada uma das instituições de ensino contribuir para sanar os dramas sociais”, afirmou.

A secretária de Políticas sobre Drogas, Paulina do Carmo Arruda, lembrou que as instituições de ensino superior responderam prontamente ao edital. "As ações do Plano contam com as universidades. Elas foram divididas em ensino, pesquisa e extensão. E os centros fazem parte do ensino”, disse.

Segundo a secretária, a capacitação será permanente. “Nenhuma outra instituição, senão as universidades, poderia fazer isso. Não é mais possível atendê-los apenas nos ambulatórios, nas emergências. É preciso fazer um trabalho integrado”.