CURIE&RÖNTGEN

Conae assume revista científica e prepara plataforma digital com padrões internacionais de editoração e publicação

Ascom CONTER
18/06/2019
CURIE&RÖNTGEN


A Coordenação Nacional de Educação (Conae) assumiu o controle da revista científica Curie&Röntgen, do Conselho Nacional de Técnicos em Radiologia (CONTER). O periódico, que já teve duas edições experimentais, segue para a terceira edição e passa a contar com uma plataforma digital de excelência, registrada sob o domínio Curie&Röntgen Scientific Edition. A condução do processo de criação e indexação da nova publicação vai ficar por conta de um comitê científico¹, formado por especialistas, mestres e doutores ligados aos programas de pós-graduação de instituições de ensino das técnicas radiológicas de todas as regiões do país.

Segundo a presidente da Conae, a conselheira federal Silvia Karina, a publicação tem o objetivo de ser a oportunidade que estudantes e profissionais da área precisam para dar um salto na carreira acadêmica e fazer a divulgação científica de pesquisas no Brasil e no exterior. “A criação da plataforma Curie&Röntgen Scientific Edition evidencia o patamar que desejamos alcançar para a nossa classe profissional. Os trabalhos vão ser publicados em inglês, com tradução para o português e o espanhol, dentro das normas técnicas internacionais de editoração e publicação”, assegura.

O presidente do CONTER considera a indexação da produção científica de estudantes e pesquisadores em todo o país um passo importante no processo de formação e educação continuada da categoria. “Nossos profissionais são ávidos por informação, conhecimento e tecnologia. Apesar de todas as dificuldades que a categoria enfrenta, temos exemplos de pessoas que produzem conhecimento de qualidade e podem compartilhar. Portanto, nós estamos criando oportunidades para sistematizar e divulgar conhecimentos”, afirma Manoel Benedito Viana Santos.

O novo processo de formatação do periódico teve início no 1º Encontro Sul-Sudeste dos Profissionais das Técnicas Radiológicas. “Alguns professores nos procuraram, informando que os estudantes buscavam saber quais plataformas estavam disponíveis para divulgação de pesquisas. Naquele momento, surgiram as primeiras sugestões de aprimoramento do trabalho que havia começado com a publicação das duas primeiras edições da revista científica do CONTER”, lembra Silvia Karina.

Críssia Carem Paiva Fontainha, professora do curso superior de Tecnologia em Radiologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), foi escolhida para assumir a presidência do comitê científico responsável pela condução dos trabalhos daqui em diante. Ela conta que o interesse pelo projeto surgiu durante um encontro de coordenadores acadêmicos, realizado pelo CONTER em abril do ano passado, para definir as diretrizes curriculares nacionais dos cursos de graduação na área das técnicas radiológicas

“Nas nossas conversas, com professores e pesquisadores de todo o país, sentimos a necessidade de chamar a atenção para o fortalecimento do conhecimento técnico-científico em nossa área. Com esse projeto em curso, esperamos despertar os nossos profissionais para o saber científico, pois, muitas vezes, achamos que o campo da pesquisa é muito restrito, para poucos. Queremos mostrar o contrário”, afirma Críssia. A pesquisadora acredita que esse momento de construção é uma tarefa árdua, mas que a evolução da revista vai trazer um rigor científico internacional ao conteúdo e até uma possível indexação à Scientific Electronic Library Online (SciELO).

Ilse Franco de Oliveira, membro do comitê e pesquisadora do Centro Avançado de Diagnóstico do Câncer de Mama (CORA) da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás (UFG), reforça a importância da pesquisa científica não só para a categoria, mas, principalmente, para a sociedade. “Produzir esse conteúdo representa a melhoria da qualidade de vida da população. Como exemplo, posso citar as pesquisas que desenvolvemos no CORA para o diagnóstico precoce do Câncer de Mama. Todas essas pesquisas são usadas para o desenvolvimento de novos equipamentos e novos tratamentos para os pacientes”, frisa.

Professor do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) e membro do comitê científico da revista, Matheus Savi ressalta a importância de fazer bem o trabalho de divulgação científica. “Uma profissão que não produz cientificamente, não pesquisa e não dissemina esse conhecimento, padece de falta de reconhecimento da academia e da sociedade. Por isso, vamos nos dedicar a esse trabalho, para elevar o nível da profissão”, considera.

A internacionalização da plataforma é o pontapé inicial de um ciclo produtivo, capaz de mudar o cenário mercadológico e de formação dos profissionais. “É um conhecimento que parte da categoria e vai reverberar na qualidade do ensino em todo o país. A revista vai exigir alto nível de qualidade e os estudantes vão passar a cobrar mais das instituições de ensino, para ter um aprendizado que possibilite ter melhor aproveitamento acadêmico. A instituição, por sua vez, sabendo que sua marca pode ser indexada a uma publicação de qualidade, investirá no ensino e no incentivo da produção acadêmica. É um processo que se retroalimenta”, prevê a conselheira Silvia Karina.

A professora do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) e pesquisadora do Hospital Universitário da Universidade federal de Santa Catarina(UFSC), Andrea Huhn, acredita que socializar os resultados das temáticas desenvolvidas pelos pesquisadores pode ser a mola propulsora para incentivar outros profissionais à educação continuada, além de manter a categoria atualizada e engajada em prol da ascensão da profissão. “Nosso anseio comum em mostrar à sociedade acadêmica e à população interessada nos assuntos pertinentes a radiologia fez com que se concretizasse a criação do comitê e o incremento da revista, no intuito de valorizar uma área rica em produções científicas que muitas vezes ficam engavetadas por falta de periódicos específicos para essas publicações", disse.

O professor Guilherme Oberto, coordenador do Curso Superior de Tecnologia em Radiologia na Faculdade Método de São Paulo e docente do Curso de Medicina na Universidade Nove de Julho no estado de São Paulo, também faz parte do comitê gestor da revista e vem estimulando os alunos do curso de  Radiologia e da Liga de Radiologia do curso de Medicina a participar do periódico. “Tenho experiência em publicações nacionais e internacionais e apresentações orais em países como Espanha, Holanda, Colômbia e Canadá.  Conheço a história da evolução profissional e sei que a somente com fomento e desenvolvimento científico  conseguiremos avançar na profissão e nos manter no mercado de trabalho”, opina.

“A partir do momento em que realizamos pesquisas cientificas, no âmbito acadêmico ou profissional, buscamos a ampla divulgação do trabalho realizado. No entanto, na área da Radiologia são poucas as revistas cientificas nacionais e internacionais que possuem um escopo que envolve dos métodos convencionais até as áreas mais complexas. A plataforma Curie&Röntgen Scientific Edition apresenta-se como um periódico que possui um contexto altamente abrangente e, devido os artigos serem escritos em língua inglesa, permitirá a ampla divulgação das pesquisas cientificas produzidas por tecnólogos em radiologia seguindo o rigor e o tramite das revistas internacionais”, pondera Marcus Oliveira, professor do Instituto Federal da Bahia (IFBA).

Segundo informações preliminares do CONTER, dentro dos próximos dias serão divulgadas as novas regras de submissão de trabalhos científicos e a data prevista da próxima edição.

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¹ Membros: Aline de Souza Cantuária, Andréa Huhn, Críssia Carem Paiva Fontainha, Guilherme Oberto Rodrigues, Ilse Franco de Oliveira, Marcus Vinicius Linhares de Oliveira, Matheus Brum Marques Bianchi Savi e Silvia Karina Lopes da Silva.