Dia Nacional da Mamografia

Exame é protagonista na prevenção do câncer de mama

Larissa Lins/Ascom CONTER
05/02/2019
Dia Nacional da Mamografia

Data foi criada para conscientizar a sociedade sobre a importância do procedimento no combate ao câncer 

O câncer de mama é, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o segundo tipo de câncer mais comum no Brasil e atinge, majoritariamente, mulheres a partir dos 50 anos. Embora a maioria dos casos sejam altamente curáveis, a descoberta tardia é um fator agravador do problema. Nesse sentido, quanto mais cedo ocorrer o diagnóstico da doença, maiores são as chances de cura.

Além do autoexame, no qual a mulher apalpa os próprios seios para detectar caroços na região, a mamografia se mostra fundamental para a descoberta de qualquer alteração benigna ou maligna no órgão, antes mesmo da paciente conseguir sentir algo no toque. Desde a sua criação e desenvolvimento, durante o século XX, esse exame salva a vida de milhares de mulheres por meio do diagnóstico.

Antes do surgimento do mamógrafo, os exames eram feitos em máquinas de radiografia convencionais, o que interferia muito na qualidade das imagens e, consequentemente, no diagnóstico. Pensando também em diminuir a quantidade de radiação lançada nas pacientes, em 1966 foi criada a primeira máquina de mamografia, que logo foi reproduzida, dando, assim, início à primeira geração de mamógrafos.

Em 1971, o Instituto Brasileiro de controle de Câncer (IBCC) foi responsável por trazer o primeiro equipamento de mamografia para o Brasil, que fazia parte da primeira série de mamógrafos produzidos. Ao longo dos anos, as técnicas foram se aprimorando, mas desde o nascimento, é considerada uma das principais ferramentas no combate ao câncer de mama.

O exame

A mamografia consiste em um exame de raio X no qual a mama é posicionada no mamógrafo que a pressiona horizontal e verticalmente para uma melhor e mais nítida visualização do tecido mamário. A duração é de cerca de 6 minutos e o exame pode gerar certo desconforto, por causa da compressão. Durante todo o procedimento é importante que a paciente se mantenha imóvel. É um processo rápido com métodos não invasivos.

O mamógrafo deve ser operado por um profissional de Radiologia, para se garantir a segurança do paciente e do operador. O exame é seguro e não coloca a saúde do paciente em risco. “O papel do técnico em radiologia é fundamental, pois sem ele o médico não conseguiria fazer um diagnóstico preciso”, declarou Nancy de Oliveira Costa, atuante na área há 34 anos, em entrevista ao CONTER publicada em fevereiro de 2018.

A mamografia é indicada para mulheres assintomática a partir dos 50 anos. Às consideradas em grupo de risco, o exame deve ser feito a partir dos 35. Contudo, as recomendações podem variar de caso a caso, por isso a necessidade de se visitar regularmente um médico mastologista.

Mitos

Devido à radiação, os procedimentos de imagem, em geral, já causam dúvidas e temores em parte da população. Sobre a mamografia, o receio mais frequente é a relação que poderia existir com câncer de tireoide, pela exposição da área à radiação área durante o exame de mama.

A Comissão Nacional de Mamografia (CNM), com representantes do Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR), da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) e da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) desmistifica a questão. A comissão afirma que não existem dados consistentes que demonstrem que uma mulher submetida à mamografia tenha aumento do risco de câncer de tireoide, visto que a dose de radiação a qual a tireoide é submetida durante uma mamografia é extremamente baixa, sendo menos de 1% da direcionada à mama.

Aimar Lopes, médica atuante na área desde 1986, informa que a engenharia do mamógrafo permite que a radiação seja mais direcionada à mama, escapando muito pouco para o pescoço ou para o tórax. “Além disso, alguns protetores, por terem um tamanho maior, podem invadir o espaço da mama e alterar os resultados do exame dando falso negativo”, declarou a especialista em reportagem publicada no Portal CONTER, em 2018, sobre a importância da mamografia.

Ainda assim, quem se submete ao exame pode solicitar a utilização do equipamento de proteção. O profissional responsável pelo procedimento deve esclarecer sobre a possibilidade de repetição devido ao uso do protetor, caso ele atrapalhe no exame.