PROFISSIONAL X

O trabalho fundamental de técnicos e tecnólogos na Medicina Nuclear

Ascom CONTER
09/08/2019
PROFISSIONAL X

A Medicina Nuclear (MN) é uma especialidade que se utiliza da aplicação de radioisótopos ou radionuclídeos, substâncias compostas por elementos químicos emissores de radiação, para a detecção de anomalias metabólicas e funcionais, além de aplicações terapêuticas. Pouco conhecida do grande público, a modalidade é uma importante ferramenta de investigação do funcionamento de órgãos e tecidos e o faz observando, por meio de detectores de radiação, o comportamento e o percurso das substâncias administradas no organismo. As tecnologias empregadas são por tomografia computadorizada por emissão de fóton único (SPECT)* e por tomografia por emissão de pósitrons (PET)**, que tem imagens reveladas em filmes ou diretamente em sistemas de computadores.

O tecnólogo em Radiologia Rodrigo Gadelha informa que os procedimentos em MN estão presentes em áreas como cardiologia, oncologia, endocrinologia, hematologia e neurologia. Os exames mais conhecidos neste campo são a cintilografia e a tomografia por emissão de pósitrons (PET/CT), com aplicações diagnósticas na avaliação funcional de órgãos como a tiroide, o fígado, os rins e os pulmões; no mapeamento da irrigação sanguínea, da viabilidade do cérebro e do coração, e na detecção de tumores malignos e de metástases.

No setor, o profissional da Radiologia possui diversas atribuições que não podem ser executadas por trabalhadores de outras categorias, como a operação dos equipamentos de imagem e a marcação, manipulação e administração dos radiofármacos. Gadelha cita também “operação do medidor de atividade e detectores de radiação, orientação e posicionamento do paciente, fracionamento do radiofármaco e respectiva aferição da atividade, análise da necessidade de adquirir imagens adicionais e o processamento das imagens adquiridas para a devida documentação final".

Ele complementa que, afora essas atividades, o profissional pode executar testes de controle de qualidade, atuar na prática da radioproteção, além de gerir a agenda e o serviço de Medicina Nuclear. O CONTER regulamenta o setor pelas Resoluções nºs 12/2005 e 15/2009.

Rodrigo, que é mestre em Radioproteção e Dosimetria pelo IRD/CNEN e doutor em Ciência e Tecnologia das Radiações pelo CDTN/CNEN, acredita que para se consolidar na área é necessário muita dedicação e estudo. “É necessário que o profissional das técnicas radiológicas possua uma formação sólida em diversos campos do conhecimento como, por exemplo, física das radiações, radioproteção, radiobiologia, anatomia, fisiologia humana e legislações”, revela. Contudo, para ele, esses campos apenas complementam o estudo sobre a própria tecnologia em MN, o que inclui princípios de formação de imagem, métodos de reconstrução e processamento de imagens, tanto SPECT quanto PET.

Os profissionais técnicos que desejarem se especializar na área deverão cumprir uma carga horária de 300 horas de estudos. Aos tecnólogos, que possuem formação plena, não existe obrigatoriedade de pós-graduação, contudo, cursos de capacitação podem ser um diferencial no currículo.  

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A Radiologia é uma das principais ferramentas da Medicina. Esta realidade coloca o nosso profissional como instrumento indispensável na estrutura da saúde pública. Além da operação de equipamentos de imagens, alguns procedimentos complementares são de atribuição exclusiva de técnicos e tecnólogos em Radiologia.

Existem diversas possibilidades de atuação pouco conhecidas do grande público. É importante conhecê-las para que o profissional da Radiologia ocupe todos os seus espaços de trabalho e a sociedade seja adequadamente assistida.

* do inglês single photon emission computed tomography (SPECT)
** do inglês positron emission tomography (PET-TC)