CIÊNCIA

Rosto de múmia egípcia grávida é reconstituído por cientistas

G1
17/11/2022
CIÊNCIA
Reconstruções foram feitas a partir de estudos forenses. Principal teoria aponta que a múmia teria sido uma mulher que morreu aos 20 anos de idade, com 28 semanas de gravidez, muito provavelmente por causa de um câncer.
 
Um grupo de cientistas do "Projeto Múmia de Varsóvia" revelou na última semana duas reconstituições digitais do rosto do único exemplar conhecido de uma múmia egípcia grávida, feitas a partir de estudos forenses e antropológicos (veja acima).
 
O Museu Nacional de Varsóvia, na Polônia, usa essa tecnologia para analisar sua coleção desde 2015 e as imagens da reconstrução do rosto da "Senhora Misteriosa" foram divulgadas em uma postagem no Facebook do projeto.
 
Segundo os pesquisadores envolvidos na empreitada, tomografias computadorizadas e raios-X foram utilizados no processo, resultando em duas imagens semelhantes.
 
Em ambas as reconstituições é possível ver que a famosa múmia grávida que morreu em meados do século 1 a.C. tinha cabelos escuros-ondulados, olhos castanhos e uma pele negra.
 
Em ambas as reconstituições é possível ver que a famosa múmia grávida que morreu em
  meados do século 1 a.C. tinha cabelos escuros-ondulados, olhos castanhos e uma pele negra.
Foto: Warsaw Mummy Project/Divulgação
 
Nossos ossos e o crânio em particular fornecem muitas informações sobre o rosto de um indivíduo", explica a antropóloga forense italiana e integrante do projeto Chantal Milan.
 
"Embora não possa ser considerado um retrato exato, o crânio, como muitas partes anatômicas, é único e mostra um conjunto de formas e proporções que aparecerão parcialmente na face final”.
 
 
Origem desconhecida
 
A Senhora Misteriosa tem uma origem incerta e, por isso, recebeu esse apelido.
 
Antes, os cientistas acreditavam que a múmia trazida para a Polônia em meados de 1826 teria sido na verdade um sacerdote.
 
Hoje, a principal teoria aponta que a múmia se trata de uma mulher que teria morrido aos 20 anos de idade, com 28 semanas de gravidez, muito provavelmente por causa de um câncer.
 
Apesar desses novos achados, o local de descoberta da múmia assim como o itinerário que ela percorreu até a Polônia permanecem incertos. O que se sabe é que ela foi doada por um pesquisador polonês que afirmava a ter encontrado na antiga cidade egípcia de Tebas.
 
Uma exposição com essas reconstruções faciais foi aberta ao público este mês no Silesia Museum, localizado na cidade polonesa de Katovice, e deve ser realizada até março de 2023.